7 de dezembro de 2009

Apresentação da candidatura de Hugo Costa à JS Ribatejo

Caros Camaradas e amigos,

Obrigado a todos pela vossa presença. A presença de todos e de cada um em particular é muito importante para mim e para a candidatura “Uma JS Ribatejo”. Agradeço aos ausentes, mas que estão de corpo e alma com esta candidatura. Agradeço aos jovens dos diferentes concelhos aqui presentes (esta candidatura é de todos vocês), agradeço à deputada Anabela Freitas do distrito que me honra com a sua presença, aos vários elementos do PS que não quiseram deixar de estar aqui, aos meus amigos da nacional que fizeram muitos quilómetros para estar, ao meu irmão que me enche de felicidade ter aparecido, à COC na pessoa da Maria Inês e ao Bruno Gomes aproveitando para saudar as suas palavras.

Bruno, quero que saibas que conto contigo para construirmos uma melhor JS Ribatejo. Reconheço o esforço do teu mandato. Nunca te quis deixar ficar mal, sempre tiveste lealdade da minha parte e empenho. Serás o candidato a Presidente da Mesa da Comissão Política Distrital, quero que esse órgão seja um verdadeiro local de debate político e de ideias, conto contigo para esse desafio. Quero que esse mesmo órgão alargue os seus horizontes e passe a ter convidados nalgumas sessões como oradores, modelo já seguido por alguns distritos e pela JS Nacional em relação à Comissão Política Nacional. Acredito que este seja o modelo, conto contigo para isso.

Milito na JS desde Setembro de 2003. Ao contrário do que é normal, para ser militante subi as escadas da Rua Rodrigo da Fonseca. Muitos sabem de onde venho, mas isso pouco interessa. Quero que saibam para onde quero ir. E porque quero construir uma JS Ribatejo Forte e à Esquerda. Enquanto coordenador da concelhia de Tomar lutei sempre pelo melhor para o meu concelho, mas também do distrito. Enquanto Secretário Nacional nunca esqueci a minha estrutura distrital, que sempre teve o meu empenho e apoio. E é por isso que aqui estou.

Vivemos momentos difíceis no mundo, muitas vezes nestas apresentações não se fala de ideologia, mas eu vou fazê-lo, com a coragem de esquerda que sempre tive.

A nossa convenção realiza-se num contexto económico e político único a nível mundial. A mudança de paradigmas é necessária. Urge pensar o socialismo democrático nos dias de hoje, como alternativa a este mundo desregulado.

Com a falência do modelo comunista ou do “socialismo real” em 1989, com o afastamento ideológico da China e com o recuar de muitos regimes “fascistas” ou de “tipo fascizante”, muitos defenderam que um novo tempo histórico tinha emergido. Um tempo, onde as ideologias fossem apenas fósseis passados e onde todos nós centro-esquerda, ficássemos amarrados ao passado ou ao liberalismo selvagem.

Hoje em plena crise económica e social a nível mundial, é necessária uma revolução ideológica profunda, naquele grande grupo que podemos designar por socialismo democrático, social-democracia, trabalhismo ou simplesmente esquerda moderada. O liberalismo selvagem mostrou as suas falhas e desregulações e uma nova forma de fazer política à esquerda é necessária, voltando o “keynesianismo” a ser a matriz de uma nova política económica. Se não soubermos inovar e aprender será no populismo de direita e de esquerda que muitos vão encontrar a solução. A JS tem de estar ao lado desse combate, contra o populismo fácil.

Devemos considerar novamente a importância de uma intervenção estatal forte e uma política baseada nos valores do combate à exclusão social, fazendo com que o modelo “social europeu”, que vem de reforma em reforma, com vista à sua manutenção (para muitos já distorcido), seja assegurado ou quem sabe aumentado de forma a proteger todos e cada um conforme as suas necessidades.

Hoje com Tratado de Lisboa. A esquerda Europeia tem igualmente de iniciar um debate sobre a democracia nas Instituições Europeias. Acredito que a JS deve estar nesse combate.

Num mundo desregulado, devemos pois defender e discutir a nível europeu, uma taxa às mais-valias, resultantes da especulação bolsista. Taxa essa que podemos designar por Taxa Tobin (modelo que à muitos anos defendo na JS), mas sempre aplicada do ponto de vista europeu, visto que aplicada num só país poderá ter consequências gravíssimas. Os socialistas europeus devem ainda contribuir para um debate amplo sobre o total perdão da dívida aos países africanos e uma nova estratégia do Banco Mundial e do FMI, com vista ao desenvolvimento integral de todos os povos. Não pudemos ter continentes esquecidos, como temos África, para qual apenas olhamos para os números da SIDA, da Fome e da Miséria.

Uma mudança a nível Europeu de paradigmas fiscais é uma necessidade, contudo a mesma só pode ser feita em estreita cooperação com o novo governo americano. O combate aos paraísos fiscais e uma reforma fiscal com vista a aumentar o peso dos “impostos directos progressivos” em vez dos “indirectos” é uma necessidade de um mundo globalizado, em crise e desigual.

Compete à esquerda democrática, encontrar o ponto de equilíbrio entre igualdade e liberdade, tantas vezes colocada por teóricos da ciência política em confronto, com vista a uma melhor distribuição do rendimento e um aprofundamento das democracias.

Em Portugal a situação é complicada. Um governo atacado por todos devido a oportunismos políticos é a realidade. Á nossa direita pouco mais que vemos do que o passado, a falência do modelo conservador e uma política de terra queimada. À nossa esquerda vemos pouco mais que o modelo da Coreia do Norte, onde as Gulags nunca existiram. É esta triste realidade. Mas além desses temos um grupelho esquerdista. Sem valores que não seja o poder a qualquer custo. Esse grupo elegeu um deputado em Santarém, mas aqui neste mesmo distrito tem um péssimo exemplo de gestão municipal, no único município que gerem no país por sinal.

Avanço por tudo isto, mas para isso é preciso estrutura organizativa. E é isso que pretendo. Uma JS Ribatejo Forte em cada um dos seus 21 concelhos. Uma JS que esteja à altura da sua História no distrito, uma JS irreverente e que inove. Uma JS à esquerda.

O distrito de Santarém é um distrito heterogéneo. Os seus 21 concelhos são muito diferentes entre si, mas é na sua unidade e capitalidade na sede do distrito que se encontra o futuro da afirmação do Ribatejo. Não acredito em distritos sem identidade e nós temos a nossa. Temos de lutar por essa identidade. Para mim o distrito vai de Mação a Coruche e estarei igualmente disponível para todos.

Os Jovens do distrito de Santarém necessitam nos seus 21 concelhos de uma JS forte, de uma JS activa e de uma JS capaz de lutar ao seu lado pelos seus problemas. É para isso que me disponibilizo, para lutar ao lado de cada concelhia por um concelho, um distrito e um país mais justo sempre sem medos de enfrentar quem quer que seja.

Lutarei pela implementação do Conselho Municipal de Juventude em todos os concelhos do distrito de Santarém. Desafio desde já os Presidentes de Câmara eleitos pelo a PS a darem o exemplo. Contem com a persistência nesse ponto. Saúdo Alcanena e a sua Presidente de Câmara por já ter avançado, assim que foi eleita, mas igualmente os concelhos que já eram modelo como Abrantes e Rio Maior.

Acredito que o orçamento participativo pode ser um bom modelo de gestão autárquico, aproximando eleitos de eleitores. Defenderemos com unhas e dentes a sua aplicação no distrito, mas de forma correcta e que dignifique a participação de todos. Para isso é preciso formar politicamente e contem com a JS para isso.

Serão 2 anos de intenso trabalho. De formação política dos militantes da estrutura, de organização da mesma e de fortalecimento no campo nacional e regional. É esse o objectivo. Lutar por uma JS em cada concelho, mas para isso é preciso o apoio do PS. A JS não é, nem pode ser os miúdos das bandeiras. Estaremos para isso, mas para muito mais. Quero uma JS a discutir política e com capacidade de debate em cada dos concelhos do que é melhor para a sua terra.

Sou vincadamente de esquerda, não terei medo de colocar a JS à esquerda no Ribatejo. Uma estrutura sem medo de discutir temas fracturantes ou de apelar a uma sociedade mais igual. Quem me conhece, sabe como sou. E não serei diferente. Contem com uma JS Ribatejo à esquerda que tanto pode discutir casamento entre pessoas do mesmo sexo, eutanásia...ou o desemprego e a habitação jovem.

A regionalização será um desafio para o nosso distrito. Dessa forma quero um debate profundo sobre a mesma no nosso interior e desde anúncio que pedirei reuniões com as diferentes que venham a ser eleitas na FAUL, FRO, Leiria e Setúbal.

Acredito que a emancipação jovem é o ponto fulcral dos problemas dos jovens. Mais e melhor emprego é a ânsia de qualquer jovem. O desejo de sair de casa dos pais e construir a sua própria família só pode ser conseguido com mais oportunidades de emprego para os jovens e oportunidades menos precárias. Temos de combater as formas abusivas de emprego, como os falsos recibos verdes, mas neste momento de crise temos de estar ao lado da construção de mais e melhor emprego.

A nível de Habitação, acredito que se podem ter melhores modelos, mas aí mais que o modelos nacionais como o Porta 65, o importante é modelos regionais e adaptados às autarquias. As autarquias e autarcas do distrito têm de se comprometer com boas políticas de Habitação a Custos Controlados e para isso nada melhor que a partilha de boas práticas entre autarcas. Para isso faremos no mandato, um blog com as políticas seguidas pelos autarcas em cada concelho que podem ser positivamente aproveitadas.

Muitos hoje discutem a política 2.0, acredito na sua importância, mas não pudemos ficar apenas por aí. Não se faz política hoje, como se fazia há 20 anos, mas entre as sedes e o simples, entre as sedes e o Facebook ou Twitter, é que está o caminho. Quero construir as duas realidades no distrito de Santarém. Quero uma JS na rua, mas uma JS aberta aos novos palcos de inovação. Vamos abrir novas formas de discussão com as novas tecnologias, mas não deixaremos de palmilhar os 21 concelhos.

Se tudo correr dentro da normalidade, será um mandato apenas com as Presidenciais a níveis de acto eleitoral, o que nos vai permitir organizar a estrutura e fazer dela o que já foi e pode voltar a ser. Contem comigo para esse desafio, da concelhia mais pequena, à maior. Estarei aqui para lutar por isso.

Aceitei o desafio de ser candidato à distrital da JS por tudo isto. Em conjunto com todos e com cada um, quero trabalho para construirmos um melhor distrito para os jovens e onde a JS seja uma matriz fundamental da política regional. É com esse intuito que avanço sem medo.

Dia 23 no Entroncamento será o início de um longo caminho.

Conto com todos vocês, sabem que podem contar sempre comigo.

UMA JS RIBATEJO FORTE!

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